O Estado Tradicional, orgânico e não totalitário, coordena e faz participar na unidade superior todas as forças a que reconhece liberdade. É forte, não precisa de recorrer à centralização mecânica, a não ser quando há necessidade de controlar as massas e as suas vontades, embora a desordem só possa ser contida provisoriamente e não eliminada de todo.
A função primeira do autêntico Estado é fomentar um clima geral não materialista, como fizeram todos os regimes da época anterior. É a condição necessária para que um sistema, onde a liberdade é o factor fundamental, tome forma de modo praticamente espontâneo e funcione de maneira justa, com um mínimo de intervenções rectificadoras.
O Estado deve fazer com que a Nação se desenvolva de acordo com todas as suas virtualidades. No entanto uma Nação não é um corpo isolado. Hoje em dia, cada Nação está aberta a inúmeras influências exteriores e torna-se fácil trocar a sua alma pela tendência mais forte num determinado momento.
Contrariamente, o Estado moderno, inorgânico e totalitário, é centralizador e domina todas as realidades da sociedade através do sistema educativo obrigatório e de massas, dos meios de comunicação masivos que formatam a opinião pública, das suas leis impositivas, do seu sistema financeiro capitalista que nos reduz a simples assalariados.
Todo este processo tem como objectivo pôr fim às liberdades, destruir a verdadeira comunidade humana e a ordem natural.
Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" em 19/01/2016.