sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As Corporações e a representatividade.


A época económica em que vivemos, tem vastas repercussões nas questões sociais e políticas. É prioritária uma renovação que se fará por imperativo da necessidade e que só poderá ser marxista ou cristã, pelo ódio e pela luta de classes, ou pelo amor e a superação na justiça, na liberdade e na verdade.
Assim é fundamental a constituição de Corporações livres independentes da tutela de organismos que lhe são alheios, sejam o Estado, os partidos ou qualquer grupo capitalista de pressão. Corporações únicas por categorias profissionais, formadas só por trabalhadores, pois a presença do capitalismo torna-as verticais e adultera a sua função. Têm de ser também democráticas, ou seja, organizadas de baixo para cima, com os chefes escolhidos livremente pelos seus membros.
As Corporações livres, democráticas e profissionais hão-de constituir a primeira força da sociedade. Os trabalhadores devem participar na vida pública do país através das Corporações, com representantes nos municípios, no Parlamento e nos órgãos de planificação económica;
Retirar aos sindicatos funções representativas, como se vê nas democracias liberais, é retirá-los do acesso à vida pública do país, onde se tomam as grandes decisões de interesse para a vida comunitária.
As Corporações têm de representar os interesses dos trabalhadores; reformar as empresas como forma de superar a propriedade capitalista; controlar a segurança social, evitando que caia nas mãos do Estado ou do Capitalismo; criar uma Banca Sindical, como um canal de protecção dos trabalhadores; promover a formação profissional, académica, cultural e informativa dos trabalhadores; transformar a sociedade, substituindo a riqueza como factor vertebrado da sociedade pelo trabalho; recusar de forma clara o princípio da luta de classes e o internacionalismo, defendidos pelos sindicatos marxistas.

Publicado por Guilherme Koehler in “A BANDEIRA BRANCA” em 14/10/2015.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Monarquia Social e Representativa.


A Monarquia deve identificar-se com o processo tradicional que faz parte da vida da Pátria, melhor dizendo, constituir no aspecto político a sua própria substância. A Monarquia tem de representar as raízes e a continuidade, contra a improvisação e a instabilidade.

A sua posição deve ser contrária ao que se costuma chamar “regimes de opinião”. Esta "ideocracia" que hoje comanda a política mundial, é o domínio de um ponto de vista abstracto e único que, por oposição com o estado das coisas natural e histórico, é estendido por um partido ganhador a toda a vida da Nação.

Ao separar o regime político da vida dos povos e ao fazer dele uma estrutura uniforme e isolada, perderam-se a tradição e os hábitos estáveis de governo, substituindo-se o instinto de adaptação e de evolução histórica por pontos de vista meramente individuais, ideias afastadas da realidade, na maior parte das vezes utópicas: a consequência lógica disto foram o simplismo e a inflexibilidade dos actuais regimes.

A nossa monarquia e a nossa constituição histórica não se formaram por decretos nem pragmáticas dos réis, surgiram sim das entranhas da própria sociedade. Como todas as antigas instituições não há data para a sua aparição, quando se conheceram já tinham séculos de existência, estavam entranhadas na alma do povo.

A antiga Monarquia, embora nascida da sua própria História, era uma tradição política viva que tinha o poder de incorporar pacificamente tudo o que de útil e necessário traziam os tempos, assimilando a sua própria substância, sem prejuízo da sua unidade e continuidade. Era um regime que assentava na natureza das coisas, unia povos diversos na mesma monarquia, sem restringir a sua autonomia e personalidade, podia absorver e incorporar modos, estilos, hábitos e sistemas alheios sem desconstruir a sua estrutura tradicional.

Retirado e adaptado de “A monarquia social e representativa no pensamento tradicional” de Rafael Gambra Ciudad e publicado in "A Bandeira Branca" em 15/10/2015 por Guilherme Koehler.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O Municipalismo e a liberdade.


O sistema liberal em que vivemos desfez por completo as liberdades municipais. Os Foros durante séculos foram figuras muito importantes das nossas instituições, símbolos da liberdade e da verdadeira participação política dos indivíduos que, contrariamente ao que nos quer impor o demo-liberalismo, começa na família e continua nas câmaras municipais

O sistema instituído, hipocritamente, por um lado pede o voto ao indivíduo, por outro não o deixa decidir sobre as questões importantes do seu município.

A verdadeira liberdade consiste no livre exercício da soberania social de um povo, obrigando a soberania política do Estado a servi-lo e a ampará-lo. Os Foros eram exemplos de liberdade desde a época medieval, foram aplicados em toda a Península e não há razão lógica para a sua radical extinção pelo liberalismo, com a aplicação do chamado direito novo. 

Tanto o corporativismo orgânico, como o conceito de Tradição têm as suas raízes na ideia de que a sociedade se fundamenta na natureza do homem.

Segundo Aristóteles, o homem é um “animal social” e isto foi ignorado tanto pelo racionalismo liberal, como pelo socialismo estatista.

Estas instituições naturais e fácticas exigem unidade e direcção que devem ser asseguradas pelo Estado.
“Todas as instituições legítimas têm a sua origem numa necessidade da natureza humana e o Estado tem a faculdade de conhecer a pessoa colectiva, mas não tem o direito de criá-la, segundo a teoria de que só o Estado existe por direito próprio e as outras instituições aparecem por sua concepção e tolerância.”


Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca" em 12 de Outubro de 2015.

Os "malhados" mandam na Causa Real.


A Instituição Monárquica devia seguir a Tradição, aliás defender a Pátria, a nossa Identidade Nacional é um dever do Rei.
Já sabemos que no séc. XIX, as ideias da Revolução Francesa chegaram a Portugal com a Constituição de 1820.

Os Patriotas que se uniram a Dom Miguel I, foram derrotados em 1834, mais pela força das potências estrangeiras*, do que pelo apoio popular, mas ficou sempre no povo uma resistência às ideias liberais, que se manifestou na Revolta da Maria da Fonte, na Emboscada, na Patuleia, no Sidonismo e em parte no Salazarismo.
Também a seguir ao 25 de Abril, a derrota dos comunistas é em parte devido à resistência do povo que ama a Tradição.

Do outro lado da barricada estavam os "malhados", os liberais amantes da Revolução Francesa, logo a seguir, parte destes viraram republicanos, estiveram com os "Afonsos Costas" e "Antónios Josés Almeidas", a seguir estiveram na oposição ao Salazarismo, viraram democratas e presentemente dominam os Partidos Políticos. Era altura para dizer que bastava, mas os "malhados" também querem mandar nos monárquicos, por isso, são eles que aconselham e dominam a Causa Real.

Estes malhados, um bando de traidores à Pátria e ao Rei, em 1910, não deram um tiro para defender a Monarquia e foram esses "Ficalhos badalhocos" e "Lavradios cobardes" que convenceram o Rei Dom Manuel II, a fugir para Inglaterra, enquanto alguns republicanos se suicidavam, pensando que a revolta Republicana estaria a ser esmagada. Nessa altura, bastava a Dom Manuel ter aguentado mais uns dias em Portugal e as forças monárquicas, os miguelistas do interior teriam organizado a contra-revolução, pois o povo era anti-republicano.

Hoje a Monarquia está estagnada (pudera com os "malhados" a mandar em D. Duarte), bem podemos ficar mais 100 anos em águas-paradas, talvez daqui a pouco tempo, como os "malhados" monárquicos estão todos falidos, nem dinheiro haja para os jantares e as reuniões monárquicas passarão a ser tertúlias, para tomar a bica.

Como uma grande maioria do povo está contra este regime, a Monarquia tem de encontrar os seus adeptos, nos desiludidos do regime partidário e expulsar os malhados traidores da Causa Real.


Carlos Albuquerque in "A Bandeira Branca" em 11 de Outubro de 2015.